Entre os problemas decorrentes da enchente no Rio Grande do Sul, a leptospirose é um deles. Na atualização mais recente, de 26 de maio, o boletim aponta 1.380 casos notificados; 124, confirmados; 542, descartados; e 714, em investigação. O estado já registrou quatro óbitos por leptospirose e dez estão em investigação.
A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, explica que o Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul (Lacen/RS) opera de forma integral e dispõe de dois métodos para diagnóstico de leptospirose: o de biologia molecular (RT-PCR) e diagnóstico sorológico.
“Estamos nos organizando com os municípios para qualificar o fluxo das amostras captadas pela rede assistencial, o Lacen está processando essas amostras e a nossa tarefa é reduzir o tempo de resposta”, afirma.
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A diretora reforça que o tratamento deve ser iniciado imediatamente em caso de sintomas clínicos da leptospirose. A recomendação é válida para quem teve contato, por exemplo, com água ou lama da enchente, independentemente da confirmação laboratorial.
“Os exames laboratoriais são muito importantes para que possamos conhecer o real cenário epidemiológico do agravo relacionado a esse evento e consigamos monitorar o avanço da doença para formularmos políticas de saúde”, explica Tani.
Entenda o que é a leptospirose
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda. Ela é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente ratos. O contágio pode ocorrer por meio de lesões na pele, pelas mucosas ou mesmo pela pele íntegra imersa por um longo período em água contaminada.
O período para o surgimento dos sintomas pode variar de um a 30 dias. Os principais sintomas da leptospirose são febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na panturrilha) e calafrios.
A recomendação é que a pessoa procure um serviço de saúde e relate a exposição de risco caso apresente sintomas. É recomendado usar antibiótico, conforme orientação médica, em qualquer período da doença. A eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas. Assim, não é necessário aguardar o diagnóstico laboratorial para o início do tratamento.