O burnout é um estado de esgotamento físico, emocional e mental causado pelo estresse crônico no trabalho. Ele gera sintomas como cansaço extremo, irritabilidade, ansiedade e depressão. No entanto, uma nova síndrome tem chamado atenção: o burnon. Ela possui similaridades com o burnout, mas pode ser ainda mais perigosa na medida em que normalmente é mais difícil de ser identificado.
O que é burnon?
A Síndrome de Burnon ocorre quando alguém confunde amor pelo trabalho com exaustão. A pessoa se sente pressionada a alcançar a perfeição, mesmo que tenha sucesso, e se dedica tanto ao trabalho que não consegue aproveitar outras atividades. Diferente do burnout, não há um momento claro de colapso, o que torna ainda mais difícil reconhecer o problema.
A síndrome foi descoberta por alemães: o psiquiatra Timo Schiele e o psicoterapeuta Bert te Wildt. Eles são autores de um livro sobre o tema, que descreve o burnon como uma forma de “depressão mascarada”.
Siga a Like Magazine no Instagram
Burnon vem antes do burnout
De acordo com a neuropsicóloga Leninha Wagner, o burnon é um estado mais constante e lento. No entanto, é igualmente perigoso e costuma anteceder o colapso total, o burnout. “Essa nova descrição dá nome a um momento já conhecido. O período anterior ao burnout pode durar meses ou até anos, com sintomas como exaustão, falta de autoestima, priorização do trabalho, sintomas depressivos, ansiedade e estresse crônico, entre outros”.
“Quando tudo isso chega a níveis insuportáveis, há um momento de colapso em que a pessoa não consegue mais ter rendimento no trabalho ou paz na vida pessoal, então normalmente a pessoa precisa fazer uma pausa, realizar terapia, mudar o estilo de vida. Mas quando ela está na fase anterior, o burnon, dificilmente ela toma alguma medida, o que é bastante perigoso pois acaba favorecendo o processo e o tornando mais duradouro”, explica Leninha.
A importância da prevenção do burnon
A prevenção é muito mais eficaz e menos custosa do que investir em tratamentos quando o problema já está instaurado. Por isso, é importante buscar ajuda profissional logo aos primeiros sintomas de exaustão, afirma a Dra. Leninha Wagner.
“É importante estar atento aos primeiros sinais de desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal, como exaustão e prejuízos à saúde mental. Reconhecer esses sinais de forma precoce ajuda a buscar ajuda de um profissional e prevenir problemas mais graves no futuro que, muitas vezes, mesmo com tratamentos, deixam sequelas”, afirma.