Bem-Estar

Terror noturno: saiba o que é e como tratar

O seu filho já acordou gritando durante a noite e com um semblante de assustado? Saiba que isso pode ser um episódio de terror noturno. Os terrores do sono, como podem ser chamados, são parassonias (desordens do sono) caracterizadas por episódios de terror acentuado e pânico.

Esses episódios surgem de modo repentino durante o sono, e podem ser associados à gritos e movimentos, acompanhados por alto níveis de descarga autonômica e pode ocorrer nas três primeiras horas de sono no estágio de ondas lentas de 3 ou 4.

Terror Noturno: saiba como combate-lo
Reprodução

Mesmo com a prevalência dos terrores noturnos sendo incerta, estudos estimam que ocorra 1 e 6,5% das crianças entre 1 e 12 anos de idade, com pico entre 5 e 7 anos. É praticamente incomum após a puberdade e prevalece mais em meninos do que em meninas. Essa parassonia afeta menos de 1% dos adultos e, quando ocorre, pode ser um indicativo de alterações neurológicas.

Durante o episódio a criança pode despertar abruptamente do sono, sentar-se ou pular na cama, gritar, demonstrar um medo intenso, apresentar uma expressão facial de susto ou pânico, explica a psicóloga, Talita Padovan.

“Eventualmente a criança pode correr na tentativa de escapar de um perigo inexistente. A criança pode ou não falar durante o episódio, caso ela fale, geralmente é de forma incoerente e desorganizada e pode também ocorrer de ficar com o olho parado”, comenta a profissional.

Sintomas que acompanham os terrores noturnos

A criança pode ficar com o coração e respiração acelerados, suor intenso, rosto vermelho, pupilas dilatadas, agitação, tremores e aumento do tônus muscular, rigidez. A enurese, o ato de urinar, também pode acontecer mas é menos frequente. Além disso, é preciso destacar que o paciente não está totalmente adormecido e nem totalmente desperto durante o episódio.

“Geralmente os episódios duram entre 2 e 15 minutos, porém alguns podem durar até uma hora. Após o término do evento, a criança tende a adormecer abruptamente novamente. Na manhã do dia seguinte o paciente pode apresentar amnésia retrógrada, não se lembrando do ocorrido.”

Existem alguns fatores que podem aumentar a probabilidade dos terrores noturnos, como o estresse agudo associado a quadros de febre ou privação de sono. “Se a criança estiver passando por períodos ansiosos, tristes ou enfrentando qualquer problema pode desencadear o distúrbio”, diz a psicóloga.

Além disso, fatores como ambiente de sono com ruídos altos, fadiga, atividades físicas excessivas, bexiga cheia durante o sono, síndrome das pernas inquietas, síndrome do estresse pós traumático em vítimas de bullying, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, enxaqueca infantil, uso excessivo de cafeína, síndrome da apnéia obstrutiva do sono e epilepsia, podem ocasionar o terror noturno.

O que fazer quando as crises de terror noturno acontecem

Segundo a psicóloga Talita, durante as crises não se deve acordar a criança, afinal ela pode despertar assustada e demorar ainda mais para restabelecer a calma. “É necessário acompanhar o momento, oferecendo proteção, caso apresente sonambulismo ou comportamento agressivo e corra o risco de causar danos físicos a si mesma, é importante acompanhar até que a criança se acalme e volte a dormir ou, caso acorde, oferecer afago, proteção e carinho até que se acalme novamente.”

Mas não se preocupe, existem algumas medidas que podem auxiliar a criança a diminuir o terror noturno. Conforme a psicóloga, a regularidade no horário do sono, cuidados com a alimentação, investigar se algum medicamento em uso pode estar ocasionando as crises e diminuir a ansiedade da criança, podem ajudar a cessar as crises.

Talita aconselha os pais a estarem sempre atentos, ainda mais se a criança apresentar prejuízos físicos, emocionais ou em suas atividades diárias. Se as crises ficarem mais sérias, procure ajuda médica e psicológica.

Yasmin Mallmann

Graduanda em jornalismo na Universidade Feevale. Escreve sobre beleza, especificamente unhas e maquiagem na Like Magazine. Atua na área da comunicação desde 2022, com experiência em agência de publicidade e redação diária. Além de repórter no digital, produz conteúdo para o impresso. Ama maquiagem, ir ao cinema e ler livros de romance e de época. E claro, ouvir e falar sobre Taylor Swift.
Fale comigo em: yasmin.mallmann@gruposinos.com.br

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